Como
professora de História da Cultura e das Artes, ao longo do meu percurso profissional deparei,
várias vezes, com barreiras, quase intransponíveis, no que diz respeito às
inovações na metodologia de ensino. Não são poucos aqueles que consideram este
ramo do saber como estanque, não evolutivo e muitas vezes desmotivador.
Considero
que a História é um ramo do saber permeável, adaptável a novas metodologias,
dinâmico, e que muito tem a ganhar com a utilização das Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação. No entantoestou ciente que também no Processo de Ensino e Aprendizagem da
História há que haver uma adaptação às novas tecnologias, tentando corresponder
aos novos desafios da escola do século XXI.
Maria
Isabel Candeias e João Álvaro Dias, no texto A nossa sala de aula já é maior
que o planeta Terra!, referem que “Os
desafios da Sociedade da Informação estão profundamente associados a um
crescente recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e em
particular ao uso dos meios informáticos e ao acesso à rede Internet” (2088,
p.142). Desta forma, estando o acesso aos computadores bastante generalizado, a
utilização da Internet torna-se um elemento motivador no processo de
ensino-aprendizagem.
No
entanto, é necessário que as TIC estejam bem integradas no processo de
aprendizagem, para que apoiem e complementem as práticas desenvolvidas nas
aulas. Uma das questões que ainda hoje se levantam é que estas novas
tecnologias, adaptadas ao ensino da História, provocariam a dispersão e a falta
de atenção dos alunos nas aulas, ficando mais interessados na tecnologia em si
que no conteúdo programático da exposição do professor. Também aqui, o
professor deve ser o principal impulsionador da comunicação e, para que ela
ocorra, o seu discurso deverá ser explícito e os alunos estarem dispostos a
captar e interatuar com a mensagem e com os meios humanos e materiais. Para
isso, a metodologia tem que ser adaptada à realidade das Turmas e das Escolas.
Frequentemente nos encontramos perante Turmas pouco motivadas e sem expetativas
futuras. No meu caso, e dado que leciono numa Escola Profissional diretamente
virada para as novas tecnologias, muitas vezes os alunos me questionam acerca
da importância da disciplina de História da Arte. Em áreas do ensino
vocacionadas essencialmente para a prática, como os cursos de Técnico de Design
e Artes Gráficas, Técnico de Áudio e Vídeo ou Técnico de Multimédia é natural
que me seja colocada esta questão. Obviamente que nestes casos é preciso ter um bom relacionamento com os alunos e tentar ir ao encontro das suas necessidades e expetativas.

Como refere Augusto Cury, psiquiatra e educador, “Os bons
professores têm uma boa cultura académica e transmitem com segurança e
eloquência as informações na sala de aula. Os professores fascinantes
ultrapassam essa meta. Eles procuram conhecer o funcionamento da mente dos
alunos para os educar melhor. Para eles, cada aluno não é apenas um número na
sala de aula, mas um ser humano complexo, com necessidades peculiares” (2006,
p.59). É aqui que as TIC, associadas a esta forma de entender a educação, poderão
definitivamente aproximar professor e aluno.

É
indispensável uma escola onde as novas tecnologias façam parte do dia-a-dia de
docentes, alunos e funcionários. Uma escola onde seja incentivada e dada a
possibilidade de uma adaptação do método de ensino às necessidades dos alunos.
Mas também aqui é necessário que os professores vejam nas novas ferramentas
tecnológicas um aliado na dura tarefa de motivar, cativar e despertar para o
caminho do conhecimento. Como refere Elizabete Silva, pedagoga de Artes Plásticas
e Música e pós-graduada em Metodologias do Ensino de História e Geografia, “A
Educação deve proporcionar o acesso ao conhecimento, à produção e à
interpretação das tecnologias. Dessa forma, o professor, que é o facilitador do
aprendizado, o mediador do conhecimento, precisa estar preparado para a
abordagem da informação tecnológica no espaço escolar. O educador da nossa
contemporaneidade é um profissional que depara a cada instante com algo novo,
inusitado, e por isso mesmo precisa estar em constante aperfeiçoamento de suas
práticas pedagógicas, especialmente em relação à utilização das Tic’s”
Referências
Bibliográficas:
CURY,
Augusto, Pais Brilhantes, Professores
Fascinantes, Lisboa, Editora Pergaminho, 2006
FERMEIRO,
Gabriel (2010). O Emprego das TIC no Ensino de História. Disponível em http://macuenjere.blogspot.pt (05:52)
SANTOS
SILVA, Elizabete Rosa (2011). Tecnologias da Informação no Ensino de História e
Geografia. Disponível em http://www.artigonal.com (29/12/2011)
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