domingo, 16 de junho de 2013

Filmes como ferramenta didática para o ensino da História


Utilizo este recurso didático como forma de avaliação formativa porque considero que um dos principais objetivos da disciplina de História seja levar os alunos a conseguirem verbalizar e escrever sobre os conteúdos estudados, de forma a melhor entenderem a realidade estudada e permitindo-lhes um relacionamento mais fácil entre o presente e o passado. Os filmes são documentos que mexem com a memória e a imaginação e estes estímulos ajudam a que visualizem e se lembrem com mais facilidade dos factos, acontecimentos históricos e conceitos. De uma forma dinâmica e interativa compreendem que estudar acontecimentos do passado os ajuda a perceber de que forma eles contribuíram para a construção, organização e funcionamento da sociedade. Considero pois que o uso de imagens, neste caso o vídeo, é uma das formas mais eficazes como recurso pedagógico no ensino da História, não só para incrementar o processo de aprendizagem mas também para facilitar a avaliação contínua. Neste sentido o filme e a sua análise temática representam uma ferramenta didática auxiliadora na construção de conhecimentos e posterior avaliação dos mesmos. Como refere Roberto Abdala Junior (2008), “Os filmes são instrumentos mediadores e atuam como representações sobre o passado, empregando elementos imagéticos, discursivos, sociais, políticos e económicos ocorridos nas disputas que configuraram o contexto histórico da época.”

A possibilidade de acesso ao conhecimento histórico através desta linguagem só é possível devido ao facto de ser professora numa escola profissional equipada com uma vasta gama de material tecnológico. No entanto, apesar de considerar esta metodologia de ensino e forma de avaliação alternativa eficazes reconheço que o planeamento é fundamental para a utilização de um filme em sala de aula. A escolha do filme tem que seguir um propósito claro e deve ter como base a análise de um conteúdo ou facto histórico específico. Desta forma, as cenas visionadas levam à introdução de uma série de questões de aula, onde se relaciona o tempo, o espaço e a sociedade. Como refere Elias Thomé Saliba (1997, pp119-120) “(…) o filme é uma construção imaginativa que necessita ser pensada e trabalhada interminavelmente. A construção da História nos documentários ou na ficção científica é mais do que uma interpretação da História, pois o ato de engendrar significados para o presente lança o realizador (ou os realizadores) da ficção filmítica em possíveis ideologias que ele não domina em sua totalidade. Portanto, construir a História na narrativa filmítica pode implicar, inclusive, destruir significados estáveis, desmontar sentidos estabelecidos, desmistificar ilusões ou mitos já cristalizados. Porque ressaltar o aspecto de construção subjetiva da História na narrativa filmítica, significa reconhecer a memória coletiva como terreno comum da ficção e da historiografia.”

“Estimule os seus alunos a abrir as janelas da mente, a ter ousadia para pensar, questionar, debater, romper paradigmas.” Augusto Cury
 
 
Referências Bibliográficas:
JUNIOR, R.A. Cinema e História: elementos para um diálogo. In O olho da história. Bahia, nº10, abril 2008.
SALIBA, E.T. As imagens canônicas e o Ensino de História. In SCHMIDT, M.A. (org) III ENCONTRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DA HISTÓRIA. UFPR/Aos Quatro Ventos, Curitiba, PR,1999.

 
 

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